Dono de clínica psiquiátrica clandestina é preso suspeito de torturar e manter internos em cárcere privado
02/08/2024
Segundo a Polícia Civil, medicações eram administradas por um dos próprios internos, que se recuperava do vício de drogas. Investigação aponta que suspeito usava nome de terceiros para abrir clínicas clandestinas. Preso dono de clínica psiquiátrica clandestina suspeito de maus-tratos contra pacientes
O dono de uma clínica psiquiátrica clandestina foi preso suspeito de torturar e manter internos em cárcere privado, em Hidrolândia, na Região Metropolitana de Goiânia (veja vídeo acima). Segundo a Polícia Civil, as medicações injetadas nos pacientes, que se tratavam de dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais, eram administradas por um dos próprios internos, que se recuperava do vício de drogas.
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A prisão do suspeito ocorreu na quinta-feira (1°). O g1 não conseguiu contato com a defesa do homem preso até a última atualização desta reportagem. O dono da clínica confessou a participação no crime durante o cumprimento do mandado de prisão, segundo a Polícia Civil.
A investigação aponta que havia uso abusivo e indiscriminado de psicotrópicos, substâncias que afetam o sistema nervoso humano, nos pacientes. Os relatos da polícia apontam que o homem, que já tinha outras duas clínicas fechadas em Aparecida de Goiânia, era investigado desde o mês de março pelo local que mantinha em Hidrolândia.
"Ele começou a abrir clínicas em nome de outras pessoas. A de Hidrolândia, por exemplo, é em nome de um terceiro, que foi chamado para entrar como sócio. Porém, não tem contrato de sociedade. Se desse algum problema, seria no nome do terceiro", disse o delegado.
O suspeito obtinha vantagem econômica e patrimonial de forma ilícita, por meio do tráfico de entorpecentes, segundo a Polícia Civil. A investigação aponta ainda que o local não tinha responsável técnico, o que caracterizou a clandestinidade do local.
Prisão de dono de clínica psiquiátrica clandestina suspeito de torturar e manter internos em cárcere privado, em Goiás
Divulgação / Polícia Civil
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Um médico, que é investigado por ser associado à clínica, era o responsável por dar as receitas dos medicamentos, alguns deles para uso exclusivo em ambiente hospitalar. O delegado relembrou que os medicamentos eram aplicados por um dos pacientes, que não tinha nenhum preparo para tal função.
"Ele era responsável por aplicar esses remédios que o médico receitava. Tem injeções que são fortíssimas, podem causar até a morte", afirmou o delegado.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do médico até a última atualização desta reportagem.
O delegado informou ainda que familiares dos internos compareceram à delegacia denunciando que eram ameaçados pelo dono da clínica. Sérgio Alves contou que as ameaças começavam quando os familiares tentavam retirar os pacientes da clínica.
Os investigados foram levados à Casa do Albergado e aguardam audiência de custódia. Se condenados, eles podem responder pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Clínica psiquiátrica clandestina, em Goiás
Divulgação / Polícia Civil
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